Uma tarde de revoluções nas esquinas de Ananindeua
- Francisco Weyl

- 22 de set.
- 4 min de leitura
Atualizado: 14 de out.
Na sexta-feira, 26 de setembro de 2025, das 15h30 às 19h30, o Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA) chega ao Espaço Cultural e Biblioteca Comunitária Rosa Luxemburgo, em Ananindeua, para uma vivência que transforma a cidade em laboratório de arte: “Cinema do Cotidiano – As pequenas revoluções que moram nas esquinas”.
Uma tarde de oficinas para todos os sentidos
O encontro começa com uma roda de abertura para que cada participante se apresente — “de que esquina venho, que revolução carrego?” — e siga para uma série de oficinas integradas, pensadas para despertar o olhar, o corpo e a memória:
Durante a tarde, o encontro se desdobra como um único fluxo de descobertas. Primeiro, uma caminhada sensorial convida todos a percorrer o entorno com atenção renovada: ouvir o farfalhar das folhas, sentir o cheiro da terra úmida, perceber texturas, cores e gestos que costumam passar despercebidos no dia a dia. Dessa escuta do espaço nasce a cartografia poética — mãos que desenham e palavras que nomeiam lembranças, traçando um mapa vivo de afetos e memórias coletivas. Em seguida, o material reunido ganha corpo na colagem narrativa: imagens, sons e fragmentos de fala se combinam para formar pequenos roteiros ou videopoemas, revelando histórias que moram escondidas nas ruas. O processo avança para o roteiro afetivo e a performance, quando corpo e voz tornam-se linguagem, transformando experiências íntimas em expressão artística. Por fim, a oficina especial “Do Teatro do Oprimido ao Audiovisual Amazônico: conversas estéticas” aprofunda o mergulho, aproximando práticas do teatro popular e da criação audiovisual amazônica como ferramentas de resistência e reinvenção do cotidiano.
Às 18h, a programação se expande para a Sessão Cineclubista Comunitária, com exibição de videopoemas, curtas de referência e experimentações audiovisuais. A exibição abre espaço para diálogo: o público partilha impressões e descobre o cinema como cartografia viva do cotidiano. Por volta das 19h, a tarde se encerra em uma grande roda de partilha, quando participantes apresentam colagens, poemas, registros audiovisuais e performances criadas ali mesmo, celebrando a potência coletiva que nasce do encontro.
O FICCA: dez anos de cinema como prática comunitária
Criado na região do Caeté, o FICCA chega à 10ª edição mantendo sua essência: um festival de cinema feito com e para as comunidades amazônicas. Em vez de se restringir a salas escuras, o festival ocupa praças, escolas, bibliotecas e territórios de resistência, levando a linguagem audiovisual a quem raramente tem acesso.
Sua pedagogia é sensível e dialógica: cada oficina, cada cineclube, cada roda de conversa é um convite a criar, a pensar e a transformar. O FICCA aposta que o cinema não é só espetáculo, mas processo de formação, partilha e mobilização social.
Parceiros locais e nacionais — artistas, coletivos, movimentos culturais e educadores — somam forças para manter viva essa proposta. Em cada edição, o festival forma plateias, produz cinepoemas e microdocumentários, amplia a acessibilidade e prova que a arte é ferramenta política e afetiva.
Um convite aberto
O FICCA convida jovens, educadores, artistas e toda a comunidade de Ananindeua e arredores a participar desta experiência gratuita. Traga suas memórias, seu olhar, seus sentidos. Mais do que assistir a filmes, venha viver o cinema: transformar o ordinário em extraordinário, revelar as revoluções que já habitam as esquinas da cidade.

🎬 Audiodescrição do cartaz – “As Pequenas Revoluções Moram nas Esquinas” – FICCA 2025
O cartaz é colorido e vibrante, com fundo amarelo e elementos em vermelho, verde e preto, misturando imagens gráficas e fotográficas.
Na parte superior, em letras vermelhas sobre uma faixa amarela, lê-se o título:“AS PEQUENAS REVOLUÇÕES MORAM NAS ESQUINAS”
Logo abaixo, há uma ilustração central que ocupa a maior parte do cartaz.No meio dela, uma grande câmera de cinema preta aparece em destaque, com duas lentes apontadas para frente, lembrando olhos. Ao redor, há árvores altas, silhuetas de pessoas e punhos erguidos, simbolizando resistência e luta coletiva.
À esquerda, em letras brancas, está o texto:“Centro Cultural Rosa Luxemburgo”À direita, também em branco:“Ananindeua – 26 de setembro de 2025”
Na parte inferior da imagem, sobre uma faixa preta que lembra uma película de filme, lê-se:“Festival Internacional de Cinema do Caeté”
Abaixo, estão as marcas de patrocínio e apoio cultural, incluindo:
Governo do Pará,
Ministério da Cultura,
Lei Aldir Blanc,
Governo Federal – Brasil União e Reconstrução,
ISACI,
Fundação Cultural do Pará,
e diversos coletivos culturais e parceiros locais.
No canto inferior esquerdo, aparece uma figura estilizada de corpo humano com uma câmera no lugar da cabeça, soltando fitas coloridas — símbolo visual do FICCA.No canto inferior direito, o logotipo do festival aparece com o texto “Ficca.” e o ícone de uma cadeira de diretor.
Abaixo, a frase “Realização: arte suino caeté” acompanha o logotipo circular da instituição.
A composição geral combina arte, cinema e ativismo, transmitindo uma mensagem de transformação social e resistência através da cultura e do audiovisual.
REALIZAÇÃO: X FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté / Arte Usina Caeté
PATROCÍNIO: Governo Federal/Ministério da Cultura; Governo do Pará/Secretaria de Cultura/Fundação Cultural do Pará, através da PNAB e Lei Semear; da Fundação Guamá, Parque de Ciência e Tecnologia - Guamá; Instituto Sustentabilidade da Amazônia com Ciência e Inovação; e Casa Poranga e de Seu Rompe Mato
APOIO CULTURAL: Multifário; Associação Remanescentes de Quilombolas do Torre/Tracuateua; Grupo de Pesquisas PERAU-PPGARTES-UFPA; Academia de Letras do Brasil; ALB-Bragança; Henrique Brito Avocacia.
APOIO INTERNACIONAL: Livraria Independente Gato Vadio (Porto); BEI Film; Escola Superior de Teatro e Cinema - Instituto Politécnico de Lisboa; Associação Nacional de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde; Fundação Servir Cinema Cinema - Cabo Verde
PARCERIA: BRAGANÇA: CVC; Pousada de Ajuruteua; Pousada Casa Madrid; Pousada Aruans Casarão; Mexericos na Maré; Paróquia de São João Batista; AUGUSTO CORREA: Escola Lauro Barbosa dos Santos Cordeiro - Patal; EMEF André Alves – Nova Olinda. PRIMAVERA: Vereador Waldeir Reis; Espaço Cultural Casa da Vózinha; Associação dos Produtores de Guarumandeua; Associação dos Agricultores de Siquiriba; QUATIPURU: Monóculo da Vovó; Associação Quilombola de Sacatandeua; ANANINDEUA: Centro Cultural Rosa Luxemburgo; BELÉM: Cordel do Urubu; Vagalume Boi Bumbá da Marambaia; Cine Curau; Casa do Poeta Caeté.
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COORD. PEDAGÓGICA: ROSILENE CORDEIRO / MARCELO SILVA
COORDENAÇÃO: Francisco Weyl
COORD. PRODUÇÃO: Roberta Mártires
FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté – Ano 10
@ficcacinema




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