SAUDAÇÃO AOS 412 ANOS DE BRAGANÇA DO PARÁ
- Francisco Weyl

- 8 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de out.
Bragança do Pará completa hoje 412 anos. Às margens do majestoso rio Caeté — artéria viva da Região Atlântico-Amazônica — celebramos a fundação de uma cidade, ao mesmo tempo, a permanência altiva de um povo, de suas águas, de seus manguezais e de suas histórias.
Ka’aeté, em Tupi, significa "mata verdadeira". É de mata densa e verdadeira que se ergue essa terra banhada pelo maior conjunto contínuo de manguezais do planeta — pulmões invisíveis que protegem a vida, a biodiversidade e o futuro de todos nós.
Da orla da cidade, onde o pôr da lua nas matas do Camutá cria encantarias de luz sobre as águas, partem e chegam embarcações que sustentam a economia local com peixe fresco e farinha artesanal. Mas muito além do mercado, é o modo de vida bragantino que pulsa no vai e vem das marés, no ofício das marisqueiras, nos saberes das comunidades ribeirinhas.
O rio Caeté nasce em Bonito e serpenteia as terras de Ourém, Santa Luzia, Bragança, até se entregar ao mar. Mas sua força, antes navegável, tem sido sufocada. A substituição das ferrovias por rodovias retirou o povo de suas margens. O leito virou depósito de lixo e resíduo, como viu o canoísta Pedro Paulo em sua travessia épica, em 2014. A partir de Mocajuba e Arimbú, o Caeté sofre: seus afluentes represados, suas águas poluídas, sua dignidade violada.
É em nome desse rio e de sua gente que nasceu o Festival Internacional de Cinema do Caeté – FICCA. Um festival itinerante, popular, insurgente, que percorre comunidades formando coletivos audiovisuais, registrando narrativas, ativando memórias e denunciando esquecimentos. O FICCA é um festival e um gesto de amor à floresta, ao mangue, ao cinema feito de dentro, com as mãos calejadas e os olhos atentos das comunidades originais e populações tradicionais.
Em tempos de COPs que não disfarçam mecanismos de exploração do Capital na Amazônia, Bragança reafirma, com seu povo e seus manguezais, a verdade de que não há futuro ecológico sem justiça territorial.
Parabéns, Bragança do Pará, por 412 anos de existência, resistência e esperança.
Francisco WeylX FICCA – Festival Internacional de Cinema do CaetéCinema como encantaria, território como tela, o povo como protagonista

Cartaz comemorativo dos 412 anos de Bragança (Pará), com fundo em tom alaranjado e textura aquarelada, lembrando papel envelhecido ou um pôr do sol quente.
Na parte superior, alinhado à esquerda, lê-se em letra pequena: “8 de Julho 2025”. No canto direito, também na parte superior, está escrito “412 ANOS”.No centro superior, em destaque e com letras curvas, está a palavra “Bragança”, em tipografia serifada escura.
Abaixo, há uma ilustração em silhueta preta, representando a paisagem urbana e histórica da cidade: edificações coloniais, uma igreja central com torre e relógio, casas tradicionais, vegetação e três coqueiros altos espalhados na composição. A cena parece estar sobre uma linha que sugere terreno ou margem de rio.
Na parte inferior do cartaz, em letras grandes e modernas, está a palavra “CAETÉ”, com a letra “T” estilizada formando uma linha horizontal prolongada. Logo abaixo, lê-se “Festival Internacional de Cinema”, em letras menores.
Na base, centralizado, aparecem três logotipos:– À esquerda: logotipo do FICCA (Festival Internacional de Cinema do Caeté).– Ao centro: o texto “10 ANOS” (marcando o aniversário do festival).– À direita: o logotipo “arte.ins.Caeté”.
REALIZAÇÃO: X FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté / Arte Usina Caeté
PATROCÍNIO: Governo Federal/Ministério da Cultura; Governo do Pará/Secretaria de Cultura/Fundação Cultural do Pará, através da PNAB e Lei Semear; da Fundação Guamá, Parque de Ciência e Tecnologia - Guamá; Instituto Sustentabilidade da Amazônia com Ciência e Inovação; e Casa Poranga e de Seu Rompe Mato
APOIO CULTURAL: Multifário; Associação Remanescentes de Quilombolas do Torre/Tracuateua; Grupo de Pesquisas PERAU-PPGARTES-UFPA; Academia de Letras do Brasil; ALB-Bragança; Henrique Brito Avocacia.
APOIO INTERNACIONAL: Livraria Independente Gato Vadio (Porto); BEI Film; Escola Superior de Teatro e Cinema - Instituto Politécnico de Lisboa; Associação Nacional de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde; Fundação Servir Cinema Cinema - Cabo Verde
PARCERIA: BRAGANÇA: CVC; Pousada de Ajuruteua; Pousada Casa Madrid; Pousada Aruans Casarão; Mexericos na Maré; Paróquia de São João Batista; AUGUSTO CORREA: Escola Lauro Barbosa dos Santos Cordeiro - Patal; EMEF André Alves – Nova Olinda. PRIMAVERA: Vereador Waldeir Reis; Espaço Cultural Casa da Vózinha; Associação dos Produtores de Guarumandeua; Associação dos Agricultores de Siquiriba; QUATIPURU: Monóculo da Vovó; Associação Quilombola de Sacatandeua; ANANINDEUA: Centro Cultural Rosa Luxemburgo; BELÉM: Cordel do Urubu; Vagalume Boi Bumbá da Marambaia; Cine Curau; Casa do Poeta Caeté.
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