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FICCA: Roberta Mártires, a Alma Feminina do Festival

  • Foto do escritor: Francisco Weyl
    Francisco Weyl
  • 28 de ago.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 14 de out.

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Ao longo de cinco anos, Roberta Mártires se tornou um pilar essencial na produção do Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA). Com sensibilidade única de artista visual e crocheteira autoral, Roberta transformou o festival em um espaço de experiência estética, pedagógica e comunitária, apoiada decisivamente por Jass Saldanha na produção. Sua presença transcende a logística e a organização: ela é mediadora de saberes, guardiã da memória afetiva e pedagoga do toque humano no audiovisual e nas artes do FICCA.

Segundo Francisco Weyl, coordenador geral e curador do festival, Roberta é a alma do FICCA. Sua atuação não se limita a decisões de bastidores: ela integra ativamente as oficinas audiovisuais e artísticas, realiza exposições dentro da programação e conduz rodas de conversa que conectam arte, memória e comunidade. Para ela, cada oficina, cada exposição e cada encontro é uma oportunidade de provocar transformação e troca.

Uma Presença Feminina Estruturante

A atuação de Roberta revela a importância da presença feminina no FICCA. Enquanto muitos festivais concentram-se apenas na exibição de filmes e premiações, o FICCA se diferencia pela pedagogia e pelo diálogo humano. Roberta encarna o olhar sensível e coletivo do festival: seu papel pedagógico não é apenas ensinar técnicas, mas estimular a escuta, a reflexão e o pertencimento. Ela cria espaços nos quais a arte é ferramenta de inclusão e emancipação, aproximando os participantes das linguagens audiovisuais e das artes manuais, como o crochê, transformando cada ponto em memória afetiva e narrativa pessoal.

“Viver o FICCA, para mim, é uma experiência única. Viver as oficinas é uma experiência de troca, de emoção, de conhecimento e de reconhecimento. É perceber que, dentro do seu micro-universo, existem pessoas fazendo coisas gigantescas. Participar das oficinas, ainda mais com meu trabalho de artista visual no crochê, é de uma felicidade imensa. Eu pego minha arte e consigo, junto com os participantes, fazer uma troca, aprender, ensinar. Olhar aquelas mãos tecendo o crochê e perceber que estou ensinando como movimentar a agulha para transformar fio em pano e pano em histórias de vida, memórias e memórias afetivas, é algo que me emociona muito”, diz Roberta.

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Trajetória e Formação

Bacharel em Turismo, artista visual e produtora, Roberta é criadora da Multifário (arte & moda) e possui uma carreira marcada por intervenções sociais e artísticas que dialogam com memória, estética e comunidade. Entre suas realizações, destacam-se:

Oficinas e projetos sociais na Casa Velha (2016/2017);

Oficina de crochê criativo pelo projeto Circular Campina Cidade Velha (2019);

Exposição “Rios e Redes, uma poética sobre o tempo” no Centro Cultural do Tribunal de Justiça do Estado (2019);

Exposição “Senhora de Nós” em parceria com a Fábrica de Velas São João (2020);

Produção de curtas-metragens com a Abayá Coletiva, incluindo “Trindad” e “Murerueua-Atinãnã”, exibido em Portugal na Livraria Gato Vadio (2025);

Participação em feiras de economia criativa e cultura digital, como a “Multifeira” e o projeto “Cidade em Frestas”.

Sua trajetória evidencia a convergência entre arte, gestão e pedagogia. Cada iniciativa de Roberta no FICCA é marcada por um olhar feminino sensível e comprometido, capaz de transformar o festival em uma experiência de pertencimento e reconhecimento coletivo.

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A Produção do FICCA

Roberta Mártires produz o FICCA há cinco anos, período no qual colaborou de forma decisiva para seu crescimento e consolidação. Sob sua liderança e com o apoio de Jass Saldanha, o festival ganhou precisão, fluidez e sensibilidade na execução das atividades. Desde a logística até a curadoria de oficinas e exposições, Roberta garante que o FICCA seja um espaço onde cinema, arte e cultura se entrelaçam com vida, memória e comunidade.

Segundo Weyl, Roberta é a essência que mantém o festival pulsando. Sua capacidade de integrar estética, pedagogia e gestão transforma o FICCA em um laboratório vivo de criatividade, onde cada atividade se torna um exercício de pertencimento, escuta e troca.

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Oficinas: Educação, Memória e Afeto

As oficinas coordenadas e mediadas por Roberta não são apenas técnicas ou instrutivas. Elas funcionam como laboratórios de memória afetiva e narrativa coletiva. Através do crochê, da arte visual e da audiovisualidade, os participantes aprendem a transformar experiência em linguagem, memória em obra, vivência em diálogo. Cada ponto tecido, cada câmera acionada, cada roteiro desenvolvido se torna um gesto pedagógico de afirmação da identidade e da criatividade.

“Ser do FICCA é uma responsabilidade enorme. Costumo dizer que não vamos ensinar nada, mas fazer uma troca. Ser do FICCA é aprender a olhar o outro, ser coletivo, perceber o outro e compartilhar paisagens e experiências”, afirma Roberta.

Essa abordagem pedagógica evidencia a potência do olhar feminino no festival: um olhar atento às relações humanas, à escuta e à transformação social, capaz de ampliar a participação e a coesão comunitária.

Impacto e Singularidade do FICCA

O FICCA, ao longo de suas dez edições, se consolidou como um festival singular no Brasil. Diferencia-se de outros eventos pela sua metodologia pedagógica e comunitária, que integra exibição de filmes, oficinas, exposições e rodas de conversa. O festival não se encerra nas telas: ele se expande para as ruas, praças, escolas e comunidades do Caeté, levando arte, memória e educação para territórios muitas vezes invisibilizados.

A presença de Roberta é estratégica e simbólica: sua atuação feminina reforça o caráter inclusivo e comunitário do festival, garantindo que a diversidade de vozes seja representada e ouvida. Ela traduz, na prática, a filosofia do FICCA: cinema como ferramenta de construção coletiva, memória como ponte para o futuro, e arte como instrumento de transformação social.

Mulher, Arte e Poder Transformador

A atuação de Roberta Mártires demonstra como a presença feminina no FICCA é estruturante. Ela não apenas organiza, coordena e cria; ela imprime sensibilidade, cuidado e pedagogia em cada gesto. Sua experiência evidencia que a potência do festival não reside apenas em filmes ou prêmios, mas na forma como as relações humanas, o aprendizado coletivo e a arte se entrelaçam.

Ao liderar oficinas de crochê e artísticas, conduzir exposições e participar de rodas de conversa, Roberta transforma o espaço do festival em território de escuta, reflexão e pertencimento. Ela reforça a ideia de que a presença feminina é central na construção de um festival que valoriza o diálogo, a inclusão e a emancipação cultural.

Roberta e a Comunidade

O impacto de Roberta também se percebe no nível comunitário. Sua intervenção vai além das oficinas: ela constrói pontes entre artistas, educadores, crianças e adultos. Através de suas práticas, o FICCA se torna um espaço de fortalecimento da memória afetiva, da criatividade coletiva e da identidade cultural das comunidades do Caeté.

Cada oficina conduzida por Roberta é uma oportunidade de intercâmbio cultural, aprendizado e valorização de saberes locais. Ela consegue conectar técnicas artísticas à vivência dos participantes, fazendo do FICCA um espaço único, onde cada indivíduo se percebe parte de uma narrativa maior, coletiva e transformadora.

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Conclusão: A Alma do FICCA

A atuação de Roberta Mártires revela a essência do FICCA: um festival que vai além do cinema, transformando-se em laboratório de criação, pedagogia e comunidade. Sua presença feminina, sensível e estratégica, assegura que o festival seja um espaço inclusivo, onde arte, memória e afeto se encontram.

O FICCA é, assim, um festival de resistência cultural, aprendizado e troca. A presença de Roberta é fundamental para essa singularidade. Ela transforma cada oficina, cada exposição e cada roda de conversa em experiências de pertencimento e transformação social. Em suas mãos, o festival não é apenas exibido: é vivido, sentido e compartilhado.

“Ser do FICCA é aprender a olhar o outro, ser coletivo, perceber o outro e compartilhar paisagens e experiências.” — Roberta Mártires

A trajetória de Roberta no FICCA confirma que o festival é mais do que cinema: é memória, é arte, é comunidade e, acima de tudo, é o poder da presença feminina transformando cada gesto, cada ponto de crochê e cada imagem em instrumento de educação, inclusão e futuro. Com Roberta Mártires, o FICCA reafirma seu caráter de festival insurgente, pedagógico e profundamente humano, construindo uma história que combina arte, afeto e resistência.

 

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REALIZAÇÃO: X FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté / Arte Usina Caeté

PATROCÍNIO: Governo Federal/Ministério da Cultura; Governo do Pará/Secretaria de Cultura/Fundação Cultural do Pará, através da PNAB e Lei Semear; da Fundação Guamá, Parque de Ciência e Tecnologia - Guamá; Instituto Sustentabilidade da Amazônia com Ciência e Inovação; e Casa Poranga e de Seu Rompe Mato

APOIO CULTURAL: Multifário; Associação Remanescentes de Quilombolas do Torre/Tracuateua; Grupo de Pesquisas PERAU-PPGARTES-UFPA; Academia de Letras do Brasil; ALB-Bragança; Henrique Brito Avocacia.

APOIO INTERNACIONAL: Livraria Independente Gato Vadio (Porto); BEI Film; Escola Superior de Teatro e Cinema - Instituto Politécnico de Lisboa; Associação Nacional de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde; Fundação Servir Cinema Cinema - Cabo Verde

PARCERIA: BRAGANÇA: CVC; Pousada de Ajuruteua; Pousada Casa Madrid; Pousada Aruans Casarão; Mexericos na Maré; Paróquia de São João Batista; AUGUSTO CORREA: Escola Lauro Barbosa dos Santos Cordeiro - Patal; EMEF André Alves – Nova Olinda. PRIMAVERA: Vereador Waldeir Reis; Espaço Cultural Casa da Vózinha; Associação dos Produtores de Guarumandeua; Associação dos Agricultores de Siquiriba; QUATIPURU: Monóculo da Vovó; Associação Quilombola de Sacatandeua; ANANINDEUA: Centro Cultural Rosa Luxemburgo; BELÉM: Cordel do Urubu; Vagalume Boi Bumbá da Marambaia; Cine Curau; Casa do Poeta Caeté.

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COORD. PEDAGÓGICA: ROSILENE CORDEIRO / MARCELO SILVA

COORDENAÇÃO: Francisco Weyl

COORD. PRODUÇÃO: Roberta Mártires

 

 
 
 

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