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FICCA – 10 anos de Cinema de Resistência no Caeté

  • Foto do escritor: Francisco Weyl
    Francisco Weyl
  • 28 de ago.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 14 de out.


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Oficinas, cineclubes e cinema-guerrilha fortalecem a formação audiovisual na Amazônia

O Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA) avança \ sua décima edição reafirmando seu compromisso com a construção de um cinema de resistência, feito ao lado do povo, em diálogo direto com estudantes, comunidades e coletivos da região nordeste do Pará. Criado pelo poeta e cineasta Francisco Weyl, que se autodefine como “carpinteiro de poesia”, o festival consolidou-se como um espaço de formação, experimentação estética e democratização do audiovisual, promovendo oficinas, debates e exibições em diferentes municípios.

Porto: o início da celebração de 10 anos

O X FICCA começou sua trajetória comemorativa em Porto, Portugal, na Livraria Gato Vadio, espaço cultural que acolheu a estreia desta edição com a exibição de dezenas de filmes – em sua maioria paraenses, muitos deles frutos de oficinas realizadas pelo próprio festival ao longo de sua caminhada. Foi a afirmação da força criativa amazônica em diálogo com outros territórios do mundo lusófono.

Essa abertura internacional reafirma o caráter itinerante do FICCA, que desde sua origem ocupa diferentes territórios com uma pegada cineclubista e afro-luso-amazônica, levando o cinema do Caeté a circular não apenas pelo Brasil, mas também por países como Cabo Verde, em África, fortalecendo uma rede de intercâmbio cultural e político.

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Escola do Patal: três anos de cinema em movimento

Em Augusto Corrêa, a Escola Lauro Barbosa dos Santos Cordeiro (Patal) tornou-se um dos pilares da ação formativa do FICCA. Há três anos, oficinas realizadas na escola têm gerado filmes experimentais, microdocumentários e cinepoemas criados por estudantes do ensino fundamental e médio.Nos dias 18 e 19 de agosto de 2025, a comunidade escolar recebeu a oficina “Cinema-Manifesto”, conduzida por oficineiros como Francisco Weyl, Marcelo Rodrigues, Rosilene Cordeiro e Roberta Mártires. Entre rodas poéticas, dinâmicas de escuta corporal e exercícios de roteirização sensorial, jovens participaram da criação de videopoemas que ganharam vida em sessões cineclubistas comunitárias em praça pública – onde o cinema deixa de ser apenas tela e torna-se encontro, festa, debate e território de inclusão.

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Nova Olinda: a Amazônia contada por suas próprias vozes

De 20 a 21 de agosto, na Escola EMEF André Alves (Nova Olinda), o foco foi a oficina “Cinema da Amazônia – Quem Conta Nossa História?”. Estudantes criaram roteiros a partir de suas memórias e cotidianos, refletindo sobre o poder da narrativa audiovisual como resistência cultural.O exercício foi além da técnica: tratou-se de uma cartografia afetiva da Amazônia, onde as pequenas histórias do dia a dia se transformaram em cinema. As sessões cineclubistas comunitárias exibiram as produções dos jovens, seguidas de debates que ecoaram a pergunta central: quem conta nossas histórias hoje?

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Monóculo da Vovó: da oralidade ao cinema real

Nos dias 22, 23 e 24 de agosto, em Quatipuru, o tradicional espaço cultural Monóculo da Vovó recebeu a oficina “Da imagem oral ao cinema real”, que entrelaçou memória, artesanato e audiovisual.As atividades foram costuradas por práticas como o crochê criativo, a contação de histórias ancestrais e a tradução dessas narrativas em imagens audiovisuais. Jovens, estudantes e moradores locais compartilharam saberes e transformaram fios, cores e palavras em filmes. Mais uma vez, a culminância se deu nas ruas: a praça se fez tela, a comunidade se fez plateia e o cinema se fez memória coletiva.


O cinema como rede solidária

Ao longo dos três espaços, o FICCA manteve vivos seus eixos permanentes de criação: cartografia afetiva, colagem poética, caminhada sensorial, escuta vendada, performance e roteiro afetivo. Essas práticas, ancoradas na estética e na política, consolidam o festival como uma experiência de cinema inclusivo e popular, que rompe as barreiras da indústria para afirmar um audiovisual feito com e para o povo.

Mais do que um festival, o FICCA é uma rede solidária de formação e cineclubismo, capaz de construir uma plateia crítica e fortalecer a potência criativa do Caeté – território que resiste pela arte e pela memória. Em cada filme-poema produzido, em cada roda de conversa comunitária, o festival reafirma que o cinema pode nascer das esquinas, das salas de aula, das praças e das vozes ancestrais.

Como resume Weyl, criador e guardião do festival: “O FICCA é carpintaria de poesia em movimento. Um cinema que se levanta com o povo, no chão da Amazônia, para contar as histórias que nunca couberam nas grandes telas.”


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REALIZAÇÃO: X FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté / Arte Usina Caeté

PATROCÍNIO: Governo Federal/Ministério da Cultura; Governo do Pará/Secretaria de Cultura/Fundação Cultural do Pará, através da PNAB e Lei Semear; da Fundação Guamá, Parque de Ciência e Tecnologia - Guamá; Instituto Sustentabilidade da Amazônia com Ciência e Inovação; e Casa Poranga e de Seu Rompe Mato

APOIO CULTURAL: Multifário; Associação Remanescentes de Quilombolas do Torre/Tracuateua; Grupo de Pesquisas PERAU-PPGARTES-UFPA; Academia de Letras do Brasil; ALB-Bragança; Henrique Brito Avocacia.

APOIO INTERNACIONAL: Livraria Independente Gato Vadio (Porto); BEI Film; Escola Superior de Teatro e Cinema - Instituto Politécnico de Lisboa; Associação Nacional de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde; Fundação Servir Cinema Cinema - Cabo Verde

PARCERIA: BRAGANÇA: CVC; Pousada de Ajuruteua; Pousada Casa Madrid; Pousada Aruans Casarão; Mexericos na Maré; Paróquia de São João Batista; AUGUSTO CORREA: Escola Lauro Barbosa dos Santos Cordeiro - Patal; EMEF André Alves – Nova Olinda. PRIMAVERA: Vereador Waldeir Reis; Espaço Cultural Casa da Vózinha; Associação dos Produtores de Guarumandeua; Associação dos Agricultores de Siquiriba; QUATIPURU: Monóculo da Vovó; Associação Quilombola de Sacatandeua; ANANINDEUA: Centro Cultural Rosa Luxemburgo; BELÉM: Cordel do Urubu; Vagalume Boi Bumbá da Marambaia; Cine Curau; Casa do Poeta Caeté.

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COORD. PEDAGÓGICA: ROSILENE CORDEIRO / MARCELO SILVA

COORDENAÇÃO: Francisco Weyl

COORD. PRODUÇÃO: Roberta Mártires

FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté – Ano 10

@ficcacinema

 

 

 

 

 
 
 

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