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1 ano de Cineclube Urumajó: cinema, memória e futuro

  • Foto do escritor: Francisco Weyl
    Francisco Weyl
  • 2 de set.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 14 de out.

O Cineclube Urumajó completa seu primeiro aniversário. Mais que uma celebração simbólica, esta data marca a afirmação de um projeto coletivo que, ao longo de apenas um ano, já revelou a força do cinema como ferramenta de resistência, memória e transformação.

O cineclube nasceu em 2024, a partir de um processo que começou muito antes. Foi durante as oficinas realizadas pelo FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté – na Escola Lauro Barbosa dos Santos Cordeiro, no Patal, sob a inspiração e parceria do professor e historiador José Carlos Barroso, que as primeiras sementes foram lançadas. O diálogo entre o festival e a comunidade, articulado em torno da educação pública, permitiu que alunos, professores e moradores transformassem histórias locais em imagens e sons. Desse encontro nasceu também o filme Nas Águas do Rio Tijoça o Patal Conta a Sua História, resultado de um processo de criação coletiva que deu ao rio e às vozes da comunidade novas formas de existir no cinema.

Assim como o filme, o Cineclube Urumajó é fruto desse mesmo movimento: processo e resultado. Processo porque nasceu das oficinas, da crítica, do pensamento e da experimentação pedagógica levada às escolas; resultado porque hoje se firma como um espaço permanente de exibição, formação e debate, irradiando cinema a partir da comunidade.

Nos últimos três anos, o FICCA esteve presente em diferentes escolas da região do Caeté – em Augusto Corrêa, no Patal, em Urumajó e, mais recentemente, em Nova Olinda, na Escola André Alves, pela primeira vez. Em cada encontro, oficinas de audiovisual abriram caminhos para novas produções, formando jovens realizadores e ampliando a consciência crítica sobre o território. É desse processo continuado que surge a próxima etapa: em outubro de 2025, o festival retornará simultaneamente às escolas Lauro Barbosa (Patal) e André Alves (Nova Olinda) para a realização de um novo exercício coletivo de criação, aprofundando a experiência e fortalecendo a rede que se forma.

O impacto desse movimento já se faz sentir. O filme do Patal estreou em janeiro de 2024 em Portugal, durante as primeiras ações internacionais do FICCA com exibições de filmes paraenses. O professor Barroso, cuja atuação foi central nesse percurso, recebeu em 2023 o Mérito Cultural do FICCA, reconhecimento pelo seu trabalho em favor da educação, da memória e da cultura local. E o Cineclube Urumajó, ao completar um ano, mostra-se como a materialização de uma estratégia que vai além de um festival: consolidar a cadeia produtiva audiovisual Caeté-Urumajó, articulando cinema, crítica, pensamento, produção e circulação.

Mais que um espaço de exibição, o cineclube é extensão da base formativa do FICCA. Um nodo ativo na formação de público e novos realizadores, capaz de fortalecer uma rede audiovisual que atravessa geografias e potencializa vozes muitas vezes silenciadas. Um território de encontro, resistência e criação, onde a tela não é apenas lugar de imagens, mas também de memória e futuro.

Ao celebrar este primeiro aniversário, o Cineclube Urumajó reafirma o sentido maior do cinema insurgente e colaborativo defendido pelo FICCA em sua décima edição. Um cinema que nasce da comunidade e retorna a ela, e que, como o rio que dá nome à região, segue seu curso livre, profundo e coletivo.

Que este seja apenas o início de uma longa travessia, onde cada filme, cada oficina e cada debate reforçam a certeza de que o audiovisual é uma ferramenta de transformação social.


Francisco Weyl

Carpinteiro de poesia, criador, curador e coordenador do FICCA


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Audiodescrição:A imagem é um cartaz ilustrado com fundo bege, em formato quadrado, com o título “Cineclube Urumajó”.

Na parte superior, em letras verdes, lê-se:“CINECLUBE”e, na parte inferior, em letras grandes e vermelhas:“URUMAJÓ”

No centro há uma ilustração colorida que representa a natureza amazônica e o cinema:um rio sinuoso com ondas brancas ocupa o primeiro plano; acima dele, há uma câmera de cinema antiga cercada por plantas tropicais e palmeiras.À direita da imagem, nada um peixe vermelho com listras brancas.À esquerda, caminha um animal vermelho, semelhante a uma onça ou cachorro-do-mato.

Ao fundo, há um sol vermelho com raios alongados e uma lua branca menor, sugerindo o encontro entre o dia e a noite.

No canto inferior esquerdo, há uma pequena figura humana estilizada com uma câmera no lugar da cabeça e fitas coloridas saindo do corpo — símbolo visual recorrente do Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA).No canto inferior direito, está o logotipo do Ficca, com um ícone de cadeira de diretor.

O cartaz transmite sensação de natureza, cultura e cinema amazônico, evocando o espírito comunitário e artístico do Cineclube Urumajó.


REALIZAÇÃO: X FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté / Arte Usina Caeté

PATROCÍNIO: Governo Federal/Ministério da Cultura; Governo do Pará/Secretaria de Cultura/Fundação Cultural do Pará, através da PNAB e Lei Semear; da Fundação Guamá, Parque de Ciência e Tecnologia - Guamá; Instituto Sustentabilidade da Amazônia com Ciência e Inovação; e Casa Poranga e de Seu Rompe Mato

APOIO CULTURAL: Multifário; Associação Remanescentes de Quilombolas do Torre/Tracuateua; Grupo de Pesquisas PERAU-PPGARTES-UFPA; Academia de Letras do Brasil; ALB-Bragança; Henrique Brito Avocacia.

APOIO INTERNACIONAL: Livraria Independente Gato Vadio (Porto); BEI Film; Escola Superior de Teatro e Cinema - Instituto Politécnico de Lisboa; Associação Nacional de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde; Fundação Servir Cinema Cinema - Cabo Verde

PARCERIA: BRAGANÇA: CVC; Pousada de Ajuruteua; Pousada Casa Madrid; Pousada Aruans Casarão; Mexericos na Maré; Paróquia de São João Batista; AUGUSTO CORREA: Escola Lauro Barbosa dos Santos Cordeiro - Patal; EMEF André Alves – Nova Olinda. PRIMAVERA: Vereador Waldeir Reis; Espaço Cultural Casa da Vózinha; Associação dos Produtores de Guarumandeua; Associação dos Agricultores de Siquiriba; QUATIPURU: Monóculo da Vovó; Associação Quilombola de Sacatandeua; ANANINDEUA: Centro Cultural Rosa Luxemburgo; BELÉM: Cordel do Urubu; Vagalume Boi Bumbá da Marambaia; Cine Curau; Casa do Poeta Caeté.

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COORD. PEDAGÓGICA: ROSILENE CORDEIRO / MARCELO SILVA

COORDENAÇÃO: Francisco Weyl

COORD. PRODUÇÃO: Roberta Mártires

FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté – Ano 10

@ficcacinema

 
 
 

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