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Estreia do curta “Exercício Karuana” destaca pedagogias comunitárias de Nova Olinda

  • Foto do escritor: Francisco Weyl
    Francisco Weyl
  • há 12 minutos
  • 4 min de leitura

O X Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA) estreia, nos dias 8, 9 e 10 de dezembro, mais uma produção audiovisual construída diretamente com escolas, professores, artistas e crianças da região do Caeté. Trata-se de EXERCÍCIO KARUANA, filme que documenta processos reais de ensino-aprendizagem, com ênfase na relação entre território, memória e práticas pedagógicas de cinema comunitário.

Uma pedagogia construída em quintais, rua e rio

As gravações foram realizadas na Escola José Alves, em Nova Olinda, Augusto Corrêa. Diferente de produções escolares tradicionais, EXERCÍCIO KARUANA não surgiu de um roteiro pré-estabelecido, mas de situações reais de oficina: aulas ministradas debaixo de uma árvore no quintal que serviu provisoriamente de sala de aula, atividades de improviso e deslocamentos coletivos pelas ruas até chegar à margem do rio.

O filme registra cena a cena o que acontece quando uma escola transforma o espaço cotidiano em laboratório de cinema. A árvore funcionou como iluminação, sombra e cenário. A rua virou trilha e percurso narrativo. O rio se tornou ponto de chegada e lugar simbólico, onde pedagogia e paisagem se encontram.

Objetos e metodologias que fazem parte da história do festival

Dois elementos chamam atenção em EXERCÍCIO KARUANA: a boneca Benedita e o Karuana.

Esses objetos não são adereços, mas metodologias de ensino já consolidadas nas práticas do FICCA desde 2014. Eles operam como mediadores pedagógicos, integrando corpo, memória e imaginação. Nas oficinas, servem para ativar processos de criação, estimular leitura sensível do espaço e funcionar como dispositivos de escuta e improvisação.

O uso desses elementos faz com que o filme tenha camadas visuais e simbólicas:

  • cortejo (mobilidade, coletivo, presença)

  • território (o espaço vivido vira cena)

  • memória (ancestralidade, corporalidade e identidade local)

Um trabalho coletivo com educadores, artistas e mediação comunitária

A direção pedagógica da realização envolveu Marcelo Rodrigues (coordenação audiovisual do FICCA) e Cuité (artista do Boi Vagalume), que conduziram os exercícios de cinema com as crianças. A proposta contou ainda com a mediação constante do professor de artes Fernando Penafort e com a autorização, acompanhamento e apoio da gestora escolar, Ângela Xavier.

A articulação entre escolas e festival só foi possível graças ao trabalho do professor José Carlos Barroso, da Escola Lauro Barbosa dos Santos Cordeiro (Patal). Barroso é reconhecido como elo intelectual e comunitário das ações pedagógicas do FICCA, responsável por estabelecer diálogo entre escolas, territórios e práticas audiovisuais.

Estreia pública no Patal — cinema territorial e gratuito

EXERCÍCIO KARUANA terá estreia presencial no dia 9 de dezembro de 2025, às 17h, em sessão aberta na Praça da Vila do Patal, em Augusto Corrêa (PA).A exibição integra a programação oficial do X FICCA e reforça a proposta de cinema territorial e comunitário que marca os dez anos do festival.

Produções do FICCA e contexto de exibição

EXERCÍCIO KARUANA integra o núcleo de produções realizadas pelo próprio festival, que reúne filmes feitos em oficinas e laboratórios com estudantes e comunidades da região. Entre as produções que compõem esse conjunto, estão:

  • ARTESANIA TRACUATEUARA – realizado com o Núcleo de Realização Cinematográfica do Gato Vadio;

  • O FANTASMA DO SÉTIMO ANO – produzido em oficinas com estudantes do Patal;

  • EXERCÍCIO KARUANA – realizado com a Escola José Alves.

Esses filmes são resultado de uma prática contínua do festival, que há dez anos atua com cinema pedagógico, comunitário e territorial no nordeste paraense.

As produções serão exibidas gratuitamente durante a programação do X FICCA, no canal do YouTube do festival (@ficcacinema).

Densidade do filme

Em EXERCÍCIO KARUANA, a câmera não “mostra” uma escola. A câmera acompanha o processo educativo.O filme revela formas de aprender filmando, com ênfase em:

  • improvisação

  • experimentação

  • escuta sensível

  • práticas corporais

  • relação afetiva com o espaço

  • construção coletiva de imagens

O território não é cenário — é agente pedagógico.O filme registra uma pedagogia decolonial em ação, onde corpo, memória e improviso fazem parte de uma mesma gramática audiovisual.

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♿️ #ParaTodosVerem — descrição da imagem

Cartaz do filme “Exercício Karuana”. A imagem principal mostra uma criança com uma grande máscara em forma de câmera antiga na cabeça. A máscara é preta, com detalhes pintados em dourado, incluindo o nome “Ficca.” e pequenos desenhos que remetem a relógio e engrenagens. Saem da parte inferior da máscara várias fitas coloridas (amarelo, azul, rosa, verde, vermelho), que descem sobre os ombros e peito da criança.

A criança está com os braços levantados, as mãos abertas, como se estivesse fazendo um gesto de movimento ou dança. Ao fundo, aparece um céu crepuscular azul com nuvens rosadas e roxas, indicando final de tarde. No horizonte, há uma linha escura de vegetação e a sugestão de estruturas ao longe.

O layout utiliza fundo fotográfico + tipografia branca e mantém identidade visual direta com o festival: território, infância, arte comunitária e audiovisual experimental.

Assinatura institucional

X FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté — Ano 10

Projeto aprovado pelo Edital n° 005/2025 – Fomento à Circulação de Projetos Culturais (PNAB), Segmento Patrimônio Cultural Material, com apoio do Ministério da Cultura e da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (SECULT/PA).

REALIZAÇÃO: Governo Federal/Ministério da Cultura; Governo do Pará/Secretaria de Cultura/Fundação Cultural do Pará, via PNAB e Lei Semear.PATROCÍNIO: Fundação Guamá; Instituto Sustentabilidade da Amazônia – Ciência e Inovação; Casa Poranga e Seu Rompe Mato.APOIO CULTURAL, APOIO INTERNACIONAL e PARCERIAS conforme lista oficial.COORDENAÇÃO: Francisco Weyl.COORD. PEDAGÓGICA: Rosilene Cordeiro / Marcelo Silva.COORD. PRODUÇÃO: Roberta Mártires.www.ficca.net.br — @ficcacinema




 
 
 

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