Há cerca de dois meses a morar em Ajuruteua, Roberta Mártires, 45, tem se dedicado ao trabalho de pintura de peças velhas de madeira que são jogadas no lixo e/ou descartadas pelas construções que são feitas na praia, fazendo simultaneamente um trabalho de ressignificação simbólica dos objetos e ao mesmo tempo um projeto de conscientização para a transformação da consciência humana e da natureza ambiental.
Com desenhos que remetem a "seres estranhos do mar", a artista tenta criar uma mística que parte de sua observação e vivência das águas vivas, barcos, peixes, urubus, garças, e alguns dos seres da fauna da região, numa exposição que será inaugurada na Casa do Professor, onde ela executa um projeto-residência-resistência artística.
Usando como suporte a madeira de construções de casas que é descartada na praia de Ajuruteua, Roberta também quer chamar atenção para o projeto de construção da orla e reordenamento e impacto social que isto acarreta para a comunidade daquela área, com grandes construções que descartam de forma prejudicial ao meio ambiente a sobra destas construções na praia, além do assoreamento desta praia que é fonte e tema de sua obra.
A exposição conta com cerca de dez obras pintadas com a técnica acrílica, com dimensões diversas - não superiores a um metro, e de peso inferior a 500 gramas, sendo colocadas à venda a preços também variados, entre R$ 80 e R$ 200 reais, com a renda revestida para a sustentabilidade das atividades desenvolvidas pela Casa, bem como a sua manutenção num espaço sujeito a intempéries, como sol, ventos fortes, chuvas e sal.
SERVIÇO
O QUE: Exposição AJURUTEUA, de Roberta Mártires
ONDE: Centro Cultural Cineclube Casa do Professor / Praia de Ajuruteua
DATA: 8.12
HORA: 20h
© FONTE: Ficca – Festival Internacional de Cinema do Caeté
Criador e Diretor – Francisco Weyl
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