A direção do FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté informa que vai divulgar os selecionados oficiais até o dia 15 de Novembro.
Entre as dezenas de filmes que submeteram candidatura ao certame, há filmes de Cuba, Portugal, Cabo Verde, Espanha e Brasil, com predominância para obras paraenses, algumas de Bragança do Pará, berço do FICCA.
O IX FICCA distinguirá com um troféu e diplomará os realizadores dos filmes concorrentes da Mostra Competitiva, nas categorias Melhor Longa (Acima de 60 minutos); Média (Entre 20 e 60 minutos); Curta (Menos de 20 minutos); Documentário (Acima de 30 minutos); e: Experimental (Livre tempo).
SELEÇÃO
Além de premiar os concorrentes nas categorias acima especificadas da Mostra Competitiva, o IX FICCA irá selecionar filmes para Mostras não-competitivas MOSTRA NEGRO FICCA e RESISTÊNCIA CAETEUARA.
Realizada há seis anos, a MOSTRA NEGRO FICCA é de caráter internacional e seleciona e exibe filmes de autores negros e/ou de temáticas a partir da arte e da resistência negra, podendo estes serem escolhidos entre os filmes concorrentes ao IX FICCA ou entre as obras de realizadores negros, e/ou de temáticas negras, que foram submetidas ao festival.
A MOSTRA DE CINEMA RESISTÊNCIA CAETEUARA é de caráter internacional, sendo constituída de filmes de narrativas temáticas sobre juventude, mulheres, comunidades LGBTs, trans, indígenas, tradicionais, quilombolas, pescadores, extrativistas, e comunidades locais.
Estas mostras são a alma do FICCA, que tem um caráter cineclubista de inclusão.
Através delas, o FICCA articula e organiza cineclubes locais e regionais, com especial atenção à formação em práticas do cinema como ferramenta de consciência social para jovens e mulheres em condições de vulnerabilidade, de periferias, comunidades tradicionais, quilombolas, e estudantes de escolas públicas.
Com as mostras, o FICCA forma o público para o cinema de curta-metragem Regional e Nacional, no sentido de estimular a criação e consolidar o polo de produção audiovisual da Região dos Caetés, compreendendo a realidade deste espaço de forma complexa.
Por isso o FICCA prima pela liberdade criativa e independente, despojada de modelos e padrões que limitam a realização cinematográfica contemporânea, ao mesmo tempo em que valorizamos as experiências estéticas e pedagógicas do cinema Amazônida, colocando-as ao serviço da consciência e das grandes causas das comunidades locais em luta contra a globalização.
JURI
A Comissão Oficial de Juris observará as diversas linguagens e técnicas artísticas, poéticas e estéticas, e políticas, que estruturam as narrativas, assim como os seus elementos constitutivos, estilos de direções, de fotografia, produção, cenografia, figurino, maquiagem, trilha sonora, montagem, roteiro, texto, e performance, independentemente do formato de captação, do tempo de duração, com especial destaque para as cinematografias artísticas e/ou pedagógicas /ou científicas, e/ou experimentais, libertárias.
A Comissão dos Juris Oficial é soberana para estabelecer seus procedimentos de trabalho, sendo irrecorríveis as suas decisões, sendo extinta com a entrega do relatório final à Coordenação do IX FICCA, que procederá imediatamente a sua divulgação nos canais de comunicação da organização do Festival.
Compõem a Comissão de Juris Oficial Sérgio Santeiro, Realizador/Professor, Presidente do Juri (BR); Francisco Weyl, Realizador/Pesquisador, Curador do FICCA (BR); Nuno Malheiro, Realizador/Pesquisador (PT); Isabel Luz, Produtora (PT); José Alberto Pinto, Realizador/Produtor (PT); Dênis Bezerra, Pesquisador/Professor (BR); Rosilene Cordeiro, Atriz/Pesquisadora (BR); Mateus Moura, Realizador/Músico (BR); Miguel Haoni, Crítico/Pesquisador (FR); Ana Tinoco, Realizadora/Artista plástica (PT); Micaela Barbosa, Atriz/Pesquisadora (PT); Phillip Back, Músico (DE); Alexandre Martins, Realizador (PT); Zeza Guedes, Ativista/Feminista (PT); e Roberta Mártires, Produtora (BR).
INDICADORES
Cerca de mil obras cinematográficas submeteram inscrição ao FICCA desde 2014 até 2023.
Mais da metade delas foram selecionadas pelo festival, a saber:
Estrangeiros (5,8% - 38); Nacionais (67,4% - 439); Amazônicos (15,4% - 100); Paraenses (11,4% - 74)
Entre 2014 e 2022, o FICCA fez mais de duas dezenas de exibições, presencial e/ou virtualmente.
Desse total, foram premiados 58 filmes, sendo 12 realizados por paraenses.
Além dos filmes, a dialógica e a proposição, a formação e o movimento coletivo são a marca do festival que é itinerante e acontece de diversas formas o ano inteiro.
Foram dezenas de rodas de conversas presenciais, radiofônicas, através da internet via redes sociais e plataformas de exibição como a TV Cultura.
Mais que metodologias, estas práticas conectam a juventude excluída, as mulheres, gentes de comunidades tradicionais, extrativistas, povos originários, quilombolas, pescadores tomam consciência e trocam seu pertencimento com o mundo do cinema como uma via libertária de revelação e magia, paixão e consciência social.
HISTÓRIA
O FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté é uma marca já consolidada entre os festivais de cinema brasileiros, de caráter regional e internacional, sendo a cinematografia africana, lusitana, latina, brasileira – e amazônida, o que o sinaliza.
Aberto à diversidade, é espaço onde ecoam falas e imagens de realizadoras e realizadores sem visibilidade, engajados nas comunidades. O FICCA propõe alternativas para democratizar o audiovisual, na perspectiva de fortalecer e desenvolver a cadeia setorial na Região dos Caetés.
O Festival afirma o cinema a partir da Amazônia, e reforça o cinema feminino, indígena, lgbtqia+, provocar diálogos em projetos culturais que revelam poéticas cinematográficas locais, sob diversas linguagens e formatos, alguns influenciados pelo próprio festival, que tem expandido e consolidado a sua proposta inclusiva e colaborativa com ações culturais e projeções de filmes em espaços regionais ou em países estrangeiros como Portugal e Cabo Verde, além do Brasil.
O FICCA inverte a lógica do mercado, substitui a relação hierárquica pela construção colaborativa e coletiva via redes solidárias de compartilhamento de conhecimentos/práticas que envolvem e reconhecem as comunidades locais, transformando-se numa troca de experiências dialógicas com projetos audiovisuais autorais.
Como nos quatro primeiro anos, a IX edição nao conta com apoios de leis e de editais mas desfruta da parceria de redes coletividade colaborativas que acreditam porque fazem o cinema na resistência social . Independentemente do Estado estaremos em cena nas escolas públicas e comunidades quilombolas e praieiras e associações culturais em Belem, Ananindeua, Capanema, Primavera, Quatipuru, Tracuateua, Bragança, Augusto Correa.
O IX FICCA é organizado pela ARTE USINA CAETÉ, em parceria com o Centro Cultural Cineclube Casa do Professor, Cineclube Amazonas Douro, WFK-Direitos Humanos, Multifário Arte,
© FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DO CAETÉ
Curador: Carpinteiro de Poesia
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